O empresário Glauco Diniz Duarte destaca que algumas pessoas necessariamente relacionam o turbocompressor à redução da durabilidade do motor. Esse temor, no entanto, só se justifica em veículos que originalmente não são equipados com item. Nos modelos que vêm de fábrica com o turbo, não há motivo para preocupação.
Glauco explica que os propulsores projetados para receber o turbocompressor recebem uma série de reforços nas peças móveis, como pistões e bielas, justamente para suportar as maiores pressões e temperatura decorrentes do seu funcionamento. Isso não ocorre nos veículos cuja instalação do equipamento não estava prevista: “No caso de motores que recebem um turbo depois, a vida útil certamente ficará comprometida. Aliás, não só a do motor como também a da transmissão, que sofre muito com o aumento de torque” explica.
Manutenção. Glauco esclarece que um motor turboalimentado não precisa passar por procedimentos diferentes daqueles previstos para os modelos aspirados. Porém, o especialista alerta que negligenciar a manutenção básica pode causar sérios danos a todo o sistema. “O óleo que lubrifica o turbo é o mesmo que passa pelo motor. Como o conjunto trabalha sob maiores temperatura e pressão, o óleo é mais exigido. Assim, o prazo de troca e a especificação recomendada pelo fabricante devem ser respeitados à risca”, diz.
Alguns proprietários têm o hábito de deixar o veículo funcionando por alguns minutos em marcha lenta antes de desligá-los, para lubrificar o turbocompressor. Glacuo diz que esse procedimento só se justifica em automóveis mais antigos, e mesmo assim, apenas se o motor tiver sido muito exigido. “Nos carros mais novos isso não é necessário, pois eles têm sistemas de lubrificação mais avançados e ainda utilizam óleos melhores”, ressalta.
Downsizing. Inicialmente, o turbo era utilizado em carros de alto desempenho, com proposta esportiva. Todavia, atualmente esse equipamento tem visado mais a eficiência energética que a performance. Em todo o mundo, a indústria automobilística está substituindo motores de grande cilindrada por outros menores, turboalimentados, para reduzir o consumo de combustível e emissão de gases poluentes. Essa solução é chamada de downsizing.
No Brasil, a Volkswagen lançou recentemente uma versão do up! equipada com motor 1.0 turbo. Segundo o fabricante, esse propulsor, além de proporcionar melhor desempenho, é mais econômico que o das versões aspiradas. Já a Fiat adota um 1.4 turbo (batizado de T-Jet) que entrega potência e torque ligeiramente superiores que os do propulsor 1.8 também produzido por ela. O mesmo ocorre quando se compara os motores 1.6 turbo e 2.0 aspirado do Grupo PSA (Peugeot-Citroën).
“Hoje em dia, com a exigência de reduzir consumo e emissões de poluentes, eu acredito que os motores turbo irão ganhar cada vez mais espaço”, conclui Glauco.