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Como cuidar de um veículo com motor turbo

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, quando vamos para ligar o carro, devemos esperar um minuto antes de arrancar, para que o óleo chegue a todas as partes mecânicas do nosso motor turbo antes que a máquina se ponha em andamento. Assim, evitaremos algumas fricções em seco. No caso de o carro estar sob mau tempo e o clima seja muito frio, devemos deixar passar entre três a cinco minutos antes de o carro começar a andar.

Relativamente a esta primeira indicação, outro cuidado do motor turbo é que devemos ligar e dar partida no carro com o pé sobre a embreagem e sem tocar no acelerador. O objetivo é o mesmo, que o óleo chegue a todos os recantos do nosso motor turbo, de forma a ficar lubrificado, antes de começar a trabalhar.
Uma vez em marcha, também podemos tentar que o motor turbo não trabalhe a fundo até ter aquecido o suficiente, ou seja, depois de uns vinte minutos de caminho. Assim sendo, até esse momento, devemos esquecer as aceleradelas. De qualquer modo, e por motivos ecológicos deve aprofundar os seus conhecimentos sobre uma condução eficiente e pô-la em prática de modo a reduzir e evitar uma condução agressiva.

E antes de sair do carro, ao parar a marcha, também deveremos deixar o motor ligado dois minutos. A razão disto está novamente no óleo. Se desligarmos o carro logo depois de parar, o óleo é carbonizado e ficam mais restos nas diversas partes do nosso motor turbo. Assim sendo, uma vez mais, deve dar tempo ao óleo, desta vez para que o mesmo esfrie.

1- Tamanho não é tudo:
Para Glauco, a escolha de um turbocompressor deve levar em conta a cilindrada e tipo do motor, combustível, fluxo e tipo do cabeçote, comando de válvulas, alimentação (carburador ou injeção), entre outros fatores incluindo até mesmo transmissão e freios. O desempenho de um turbo não depende só do tamanho das suas carcaças (quente e fria), mas da eficiência de todo o conjunto. O ângulo e a quantidade de palhetas dos rotores do turbo, por exemplo, podem fazer um compressor aparentemente grande comportar-se como um pequeno. Consulte seu preparador de confiança para saber qual é o melhor kit para o seu projeto e tipo de uso.

2 – Não ande sem filtro de ar:
Glauco destaca que o filtro de ar é essencial para a durabilidade do motor e do próprio turbo. Qualquer partícula admitida pelo compressor pode causar grandes danos quando em contato com as palhetas, que giram em média a 150.000 rpm. Proteja seu turbo e não caia na tentação de ganhar alguns poucos cavalos sem o filtro de ar, pois isto pode ser compensado com um pequeno aumento na pressão. Além disso, quando essa sujeira (que normalmente é filtrada pelo filtro de ar) entra no motor, causa rápidos desgastes de pistões, camisas e válvulas, diminuindo a vida útil do motor.

3 – Seja paciente:
Após a partida do motor o turbo precisa de cerca de 5 segundos para receber o óleo do motor e trabalhar corretamente lubrificado. É indispensável esperar que a lubrificação chegue até o turbo. Uma maneira simples de confirmar se o lubrificante está circulando no turbo e no motor é aguardar a luz de óleo do painel apagar ou verificar o manômetro de óleo, para ver se o lubrificante já tem pressão. Antes de desligar o motor aguarde 10 segundos em marcha lenta, já que o eixo do turbo continua girando rápido mesmo depois que o motor desacelerou. Isso evita que o eixo do turbo gire sem lubrificação. Caso tenha forçado muito do turbo, espere 30 segundos em marcha lenta antes de desligar o motor.

4 – Olho no combustível:
Evite rodar com pouco combustível no tanque abaixo de ¼. Isso assegura que a bomba elétrica consiga puxar combustível suficiente em condições com curvas, subidas ou descidas. Andar na “reserva” facilita trazer sujeira depositada no fundo do tanque, causando entupimento dos injetores e desgastando a bomba de combustível. Com o motor funcionando, fique de olho no manômetro de pressão do combustível ou hallmeter (que mede o combustível já queimado). Ao menos sinal de mistura pobre (pouco combustível na mistura ar/combustível) ou de queda na pressão do combustível tire o pé do acelerador e descubra qual é o problema. Falta de combustível na mistura causa grandes danos ao motor turbo que pode fundir por excesso de temperatura.

5 – Cuide da lubrificação:
Segundo Glauco, o óleo que lubrifica o turbocompressor é o mesmo do motor. Ele entra no turbo por pressão, forma uma película nos mancais e depois retorna ao cárter. Má lubrificação (baixa pressão ou falta de óleo) gera superaquecimento que desgasta os mancais e aumenta as folgas do conjunto rotativo do turbo. Em pouco os rotores (quente ou frio) giram diretamente na carcaça, causando grandes danos ao turbo. Respeite os prazos de troca de óleo recomendados pelo preparador, normalmente a cada 3.000 km nos turbinados de rua. Substitua o filtro de óleo em todas as trocas, pois isso aumenta a vida útil do motor e impede a entrada de impurezas e partículas metálicas no motor e no turbo. Lubrificantes de qualidade e aditivos anti-atrito são uma boa pedida para uma proteção extra.

6 – Tá espirrando mas tem saúde:
A válvula de prioridade (válvula de alívio) evita que o turbo crie pressão de ar contra a borboleta de injeção (que é fechada entre as trocas de marcha e quando se tira o pé do acelerador). A válvula de alívio causa o “espirro”, liberando o ar da tubulação quando a borboleta se fecha. Além disso essa válvula reduz o turbo lag (falta de “pegada”) com o motor em baixa rotação. A ausência de válvula cria um pico de pressão, que freia bruscamente o turbo e pode danificar o rotor e outros componentes internos.

7 – Mantenha manutenção em dia:
Carros turbinados precisam de mais manutenção que veículos originais. Todo o conjunto mecânico do carro é muito exigido com mais potência. Pastilhas e discos de freio, câmbio e embreagem, amortecedores e conxins são alguns itens que merecem atenção especial. Não deixe de comparecer a oficina ao menor sintoma de problemas, para evitar quebras e gastos desnecessários. Olho nos prazos de manutenção!

8 – Mantenha o carro regularizado no Detran
Rodar fora da lei com seu carro turbo pode causar grandes dores de cabeça. Ser parado sem a devida documentação (turbo legalizado) resulta em multa na certa, podendo levar à apreensão do veículo. Para retirar seu carro do pátio é preciso pagar taxas, desmontar seu kit e comparecer ao Detran par vistoria. Você confere na matéria abaixo como legalizar seu carro turbo. Nada melhor do que andar tranquilo e dentro da lei.

9 – Não se esqueça de outros itens fora do motor:
Todo bom projeto de turbo inclui melhorias não apenas no motor, mas também em itens como suspensão, rodas e pneus. Esses sistemas devem ser adequados ao ganho de potência e à velocidade, não só para aproveitar melhor a tocada do veículo, mas para dar maior segurança. Verifique com seu preparador todas as melhorias que devem ser feitas em seu carro e não coloque sua vida em risco.

Não mecha sozinho na pressão:
Não caia na tentação de apertar o parafuso da válvula de alívio (que controla a pressão do turbo) para ganhar mais potência. Isso não só faz o motor perder o acerto do preparador, como pode causar grandes prejuízos ao bolso. Mais pressão pede mais combustível, algo que não acontece sem outros ajustes. Sem contar que cada projeto possui seu limite de pressão, seja pelo tamanho dos injetores, capacidade da bomba de combustível, pistões, bielas, etc. Ou seja, deixe esse trabalho para o preparador. Se quer andar mais forte, retorne a oficina.

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