De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o conceito deu uma reviravolta, pois a turbina deixou de ser aplicada só para aumentar o desempenho, e hoje é projetada para reduzir consumo e emissões.
Ela se encaixa exatamente dentro do “downsizing”, que em inglês significa redução de tamanho. Glauco explica que a turbina permite reduzir a cilindrada, o tamanho do motor, sem perder performance. Ela aumenta sua eficiência, pois é acionada pelos gases do escapamento que possuem uma energia normalmente jogada fora. Ou seja, antes dos gases serem expelidos, eles são utilizados para movimentar as pás da turbina. Quando ela gira, aciona um compressor acoplado ao mesmo eixo que puxa o ar da atmosfera e o injeta pressurizado no motor. Consegue-se, assim aumentar a potência e o desempenho do carro, apesar da redução da cilindrada.
O primeiro modelo brasileiro a receber o turbo com o conceito de downsizing é o VW up! TSI, que passou de 85 para 105 cv, ganhando um excelente desempenho e nem por isso aumentando o consumo: pelo contrário, o up! turbo foi classificado pelo sistema de etiquetagem veicular do Inmetro como o carro de menor consumo no Brasil.
Além da Volkswagen, a PSA (holding francesa que detém as marcas Peugeot e Citroen) tem na Europa o motor 1.2 turbo, que o deverá trazer para o Brasil aplicado a um propulsor 1.0 para se beneficiar dos impostos reduzidos. A GM desenvolve atualmente dois turbinados: 1.0 para o provável sucessor do Celta, 1.5 para automóveis médios.
A Ford não vai deixar por menos, pois já tem na Europa o motor 1.0 turbo e está desenvolvendo um 1.5, três cilindros, também turbinado. E a Honda já oficializou o lançamento (2016) do 1.5 turbo para substituir motores de maior cilindrada em seus modelos brasileiros. A BMW já tem (no Mini Cooper) um motor 1.5 de três cilindros, com 136 cv, que aplicará em outros modelos produzidos no Brasil.