De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, depois de muitos anos de acompanhamento da tecnologia dos motores turbo, o consumidor brasileiro começa a comprar veículos equipados com este propulsor em grande escala. Muita força nas arrancadas e retomadas, performance excepcional e elasticidade, aliadas a baixo consumo, surpreendem até os mais céticos. Os proprietários destes veículos se mostram plenamente satisfeitos com o ótimo desempenho aliado a grande economia, em sua maioria. Conhecem os benefícios e poucos voltariam a ter um aspirado.
Apesar de grande parte dos motoristas ainda se mostrarem presos aos antigos preconceitos contra os sobrealimentados, como “carro de boy”, “não preciso de tanta potência, não gosto de correr”, “motor turbo quebra muito”, dentre outras afirmações sem respaldo técnico, o avanço desta tecnologia se mostra irreversível.
Considerando que a nova legislação de emissões de poluentes entra em vigor este ano, e sem a aplicação de turbocompressores não há possibilidade de ela ser cumprida. Gostem ou não, motores aspirados cairão em desuso nos próximos anos, fenômeno em fase avançada na Europa. Somente os híbridos e elétricos podem desafiar os sobrealimentados em performance e consumo, mas o alto preço das baterias ainda restringe seu uso. O motor turbo é a bola da vez.
Aqueles que já possuem um veículo com motor turbo ou pretendem comprar um precisam conhecer as peculiaridades e cuidados desta tecnologia que encanta, mas também tem suas exigências.
Glauco lista abaixo as mais importantes:
1. Atenção com a troca de óleo: os motores sobrealimentados exigem que os intervalos de troca de óleo sejam rigorosamente respeitados, pois utilizam um lubrificante de menor viscosidade (“mais fino”), pois são projetados para trabalhar com maiores variações de rotação. Como o fluido também é utilizado pelo turbocompressor na maioria dos modelos, esta especificação se mostra necessária.
Esse tipo de fluido menos viscoso perde suas propriedades rapidamente e não admite demora em sua substituição, sob riscos de danos ao motor, ao turbocompressor e/ou desgaste prematuro de ambos. Em aspirados, a troca de óleo pode ser adiada por até 500 quilômetros sem grandes riscos. Porém, recomenda-se fortemente não adiar a troca de óleo no caso dos turbinados em hipótese alguma, pois este se mostra muito sensível a problemas de lubrificação.
2. Gasolina aditivada é uma necessidade: a maioria dos motoristas que utilizam gasolina aditivada em seus veículos o fazem por zelo, com o intuito de prolongar a vida útil do motor, mesmo sem ganhos de desempenho e consumo. Mas no caso dos sobrealimentados, ele se mostra item essencial, devido à grande sensibilidade deste propulsor ao combustível de má qualidade.
Isso se deve a uma tecnologia acessória ao turbocompressor: a injeção direta. Ela tem aplicação na maioria dos sobrealimentados devido aos benefícios em economia e ganho de performance, mas traz a desvantagem da exigência de combustível de maior octanagem para obter todo o seu potencial. Caso o motorista abasteça com combustível adulterado, a queda de desempenho com grande aumento de consumo será sentida imediatamente, mesmo pelo motorista mais desatento. O uso de combustível de má qualidade de forma sistemática pode causar sérios problemas mecânicos, mesmo com baixa quilometragem.
3. A manutenção deve ser feita rigorosamente dentro do prazo: claro que esta regra vale para qualquer veículo, mas os turbinados exigem ainda mais atenção. Devido à sua conhecida sensibilidade, qualquer componente desgastado ou avariado trará notável perda de performance, muito mais perceptível se comparado aos propulsores aspirados. Enquanto estes resistem por mais tempo rodando em condições adversas de manutenção, os primeiros podem apresentar defeitos ou até fundir em pouco tempo.