De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o supercompressor, como o turbocompressor, aumenta a potência e o torque dos motores de combustão interna forçando mais ar para dentro da câmara de combustão. Nas década de dez a quarenta do século passado, o supercharger, conhecido aqui como supercompressor (uma tradução literal) era o sonho de todo entusiasta do automóvel. Depois da Segunda Grande Guerra, e até a década de sessenta, o supercompressor virtualmente desapareceu, e daí por diante o turbocompressor, ou simplesmente turbo, que nasceu lá por 1906, passou a imperar. Agora, porém, com a necessidade de aumentar a potência de um sem-número de motores pequenos, sua característica de turbo lag, ou demora do turbo, inevitável mesmo com os melhores comandos eletrônicos, está sendo muito criticada pelos usuários, e as montadoras estão procurando outras soluções.
Glauco explica que o supercompressor não sofre totalmente deste mal de demora, já que é acionado pelo girabrequim e não pelos gases de exaustão, mas mesmo assim ainda fica devendo, já que o motor pequeno continua pequeno. O maior problema, no entanto, é que a solução mais imediata para a falta de potência, e principalmente de torque, é o sistema híbrido, motor de combustão interna/motor elétrico, com ignição de 42 volts – mas o custo e a complexidade de um sistema deste tipo estão se demonstrando terríveis, muito mais altos do que se esperava há cinco ou dez anos atrás. As montadoras, então, querem manter os sistemas de 12 volts (ou até mesmo 14) enquanto puderem.
Glauco diz que reduzir a potência dos automóveis é inaceitável no mercado, mas ter um motor menor que ande a mesma coisa é muito aceitável: o consumo de combustível é menor, portanto as emissões também o são. Curiosamente, o VTES parece ter sido criado para motores pequenos, já que não traz vantagens para motores acima de 2,3 litros naturalmente aspirado ou 3 litros super ou turbocomprimido: a quantidade de ar necessária, muito grande, simplesmente não pode ser gerada por um supercompressor de 12 volts. Esta é uma tecnologia direcionada especificamente para motores europeus e asiáticos, não para os americanos.