De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, é fato que os turbocompressores evoluíram muito e se apresentam mais eficientes e menores em motores modernos. Mas, apesar de minimizado, o famigerado turbo lag – que é o tempo que leva para o turbo entrar em funcionamento – ainda se faz presente. ~
Tudo porque o que move a turbina (caixa quente) são os gases vindos do coletor de escape do motor. Este movimento é transferido, por meio de um eixo, a um compressor (caixa fria), responsável por comprimir o ar limpo que entra no motor. A questão é que, em baixos giros, o motor não emite gases em quantidade suficiente para girar o compressor de forma satisfatória, provocando o turbo-lag. É aí que entra o turbo elétrico.
Segundo Glauco, a grande sacada está em trocar a caixa quente por um motor elétrico, que torna-se o responsável por girar o compressor em qualquer intensidade, independente do motor. Seria correto chamá-lo de compressor elétrico, não fosse pelo simples fato de este sistema trabalhar em conjunto com outros dois turbocompressores convencionais, um de baixa pressão e outro de alta pressão.
O primeiro fôlego no motor é dado pelo e-turbo – de acordo com a Audi, é necessário apenas 1/4 de segundo para entrar em funcionamento. Ele atua em baixos e médios giros até deixar todo o trabalho a cargo dos turbos convencionais. Neste momento, o compressor elétrico passa a aproveitar o fluxo de ar que passa por ele para gerar energia elétrica. Além de eliminar as deficiências das turbinas mecânicas, o e-turbo ainda recupera a energia dos gases de escape. Assim, é capaz de aumentar a eficiência do motor de 15% a 20%.
Tamanha eficiência só é possível pois o e-turbo está vinculado a um subsistema elétrico de 48v. Como em momentos de pico ele necessita de até 7kw (ou o mesmo que 4,5 secadores de cabelo ligados ao mesmo tempo), torna-se mais fácil e controlável gerar esta corrente com um sistema elétrico de 48V e 145 amperes do que com um sistema convencional de 12v, que precisaria de 583 amp para gerar a mesma corrente. A energia recuperada pelo e-turbo vai para uma bateria exclusiva do sistema e pode ser aproveitada pelo sistema de 12v do resto do carro graças a um conversor.