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BA investe em energia eólica GLAUCO DINIZ DUARTE

GLAUCO DINIZ DUARTE – BA investe em energia eólica e desdenha nuclear

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GLAUCO DINIZ DUARTE - BA investe em energia eólica e desdenha nuclear
GLAUCO DINIZ DUARTE – BA investe em energia eólica e desdenha nuclear

BA investe em energia eólica e desdenha nuclear. Em meio ao debate sobre os riscos que as usinas nucleares podem levar às comunidades onde estão instaladas, após a tragédia que deixou milhares de mortos no Japão, novamente entra em discussão a possibilidade de implantação desse tipo de central energética na Bahia.

Ano passado, o governador Jaques Wagner chegou a assinar um protocolo de intenções para que o estado fosse uma das três unidades da Federação a receber o investimento de cerca de 13 bilhões para implantar a indústria, mas, depois o vazamento de radiação no país asiático, o projeto arrefeceu. Segundo o vice-governador Otto Alencar, que acumula o cargo de secretário de Infraestrutura, a meta agora é outra. “Houve uma intenção do governador de trazer uma usina nuclear, mas nada foi formalizado. Essa é uma discussão muito incipiente.

A revolução energética é a revolução da energia eólica. O Nordeste tem 50% do potencial eólico do Brasil, 15% só na Bahia”, exaltou, em entrevista ao BN. De acordo com Alencar, a instalação de novas usinas nucleares tem que ser reavaliada em todo o mundo. “Depois deste acidente, todos terão que repensar esta questão. Quem já tem usina vai procurar outras alternativas, quem não tem vai resistir muito ou enfrentar uma aversão muito grande da população e dos ambientalistas”, considerou.

Mesmo antes dos terremotos e tsunami que devastaram o Japão, e causaram o risco radioativo, a Bahia, então candidata a abrigar uma usina nuclear, já apostava na força dos ventos como alternativa energética no estado. Há quatro semanas foi inaugurada a pedra fundamental do primeiro parque eólico baiano, em uma área dos municípios de Caetité, Guanambi, Igaporã e Pindaí, que terá a capacidade de gerar 492 megawatts de energia, o suficiente para iluminar 30 cidades de 70 mil habitantes.

Em maio, será introduzida outra unidade, em Brotas de Macaúbas, com potencial de 90 MW, e ainda há a previsão de implantação de mais dois parques, um em Morro do Chapéu e outro em Sobradinho. A expectativa da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) é a de que sejam instaladas 34 usinas eólicas até 2014, com produção de 977,4 MW ao ano, o que abasteceria 4 milhões de moradias. “Além disso, em 30 dias, será instalada em Camaçari a Alston, primeira fábrica da Bahia de produção de aerogeradores, para equipar os parques eólicos, e depois virão a GE e a Gamesa. A força da natureza na Bahia é muito grande e não podemos desperdiçá-la”, anunciou o titular da Seinfra, Otto Alencar.

Ainda que o governo tenha arrefecido em sua intenção de instalar uma usina nuclear na Bahia, o ambientalista Marcell Moraes, presidente do Grupo Ambiental Amigos da Onça (Geama) e vice-presidente municipal do PV, condena a possibilidade. Em entrevista ao BN, ponderou que o estado não precisaria correr o risco e defendeu o investimento em fontes alternativas de energia. “Estamos no século XXI. Há outras fontes de energia, como a eólica e a solar, que poderiam ser exploradas.

Na Bahia venta e faz sol o ano inteiro. Quem não pode investir nisso é o Japão, que é uma ilha, onde não venta. É inadmissível. Por que investir em um projeto de curto prazo, em vez de apostar no longo prazo? A Bahia ainda não tem deficiência energética. Pelo contrário, temos ‘n’ possibilidades”, declarou. No campo político, Moraes reiterou ainda as críticas feitas ao PT, proferidas na época em que o governador Jaques Wagner defendeu a atração do investimento. “Além de custar mais caro e gerar menos empregos, traz grande perigo.

É um projeto arcaico e ridículo e quem está tentando trazê-lo lutou a vida toda contra. O Partido Verde é contra. A energia nuclear é limpa, mas o perigo é o lixo atômico. Angra 1 foi instalada há 30 anos e até hoje não sabem o que fazer com os resíduos nucleares. É uma verdadeira bomba atômica. A gente está assustado e torcendo para o governador retroceder nessa ideia e passar a investir em fontes renováveis de energia”, clamou.

A Bahia, atualmente, é uma das principais produtoras de urânio do país, por meio da jazida de Caetité, no sudoeste do estado, controlada pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). A descoberta foi feita pelo empresário da mineração João Cavalcanti, futuro petista, que se afastou do negócio.

GLAUCO DINIZ DUARTE - BA investe em energia eólica e desdenha nuclear
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