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GLAUCO DINIZ DUARTE RN ganha complexo de energia eólica em Serra do Mel

GLAUCO DINIZ DUARTE – RN ganha complexo de energia eólica em Serra do Mel, na Costa Branca

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GLAUCO DINIZ DUARTE - RN ganha complexo de energia eólica em Serra do Mel, na Costa Branca
GLAUCO DINIZ DUARTE – RN ganha complexo de energia eólica em Serra do Mel, na Costa Branca

RN ganha complexo de energia eólica em Serra do Mel, na Costa Branca. Mais do que a mudança na paisagem, a presença de usinas de energia eólica vem alterando a realidade dos municípios de Areia Branca e Serra do Mel, localizados na Costa Branca potiguar. Os altos investimentos para instalação dos parques, além de consolidar o estado como maior gerador de energia eólica do país também alteram a realidade das pequenas comunidades da região.

Inaugurado nesta quarta-feira (29) em Serra do Mel, o Complexo Eólico Vamcruz é um exemplo do impacto causado pela presença das empresas na região. Resultado de uma parceria entre a empresa francesa Voltalia e as brasileiras Encalso Damha e Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), apenas o arrendamento das terras para instalação dos aerogeradores beneficia 60 proprietários de terra da região.

“Vamcruz é um projeto muito emblemático. São 60 proprietários que formaram uma vila e nós temos que nos entender com todos eles. Pagamos para todos eles um valor igual, independente se eles têm uma eólica dentro do terreno deles ou não. Isso dá uma complementação de renda as pessoas que vivem em sua maioria da agricultura”, explicou Robert Klein, diretor geral da Voltalia no Brasil.

Apenas a empresa francesa investiu cerca de R$ 7 milhões diretamente projetos envolvendo esporte, saúde, qualidade de vida e geração de renda em cidades potiguares, a maior parte na região da Costa Branca.

Além dos benefícios diretos as comunidades, a presença das empresas também desenvolve a infraestrutura dos municípios. Para a implantação dos parques eólicos do complexo Vamcruz e de Areia Branca, a Voltalia reestruturou a estrada e implantou a sinalização de acesso aos municípios desde Mossoró. Outro investimento em infraestrutura foi a reforma e ampliação das unidades básicas de saúde das vilas Amazonas e Pará, em Serra do Mel.

“Alguém fez o mundo muito bem e colocou os ventos em uma área que ainda precisa ser desenvolvida. E eu acho que a eólica hoje tem um papel fundamental no desenvolvimento do Nordeste”, concluiu Klein.

Projetos em implantação
De acordo com a empresa, cinco projetos já estão em funcionamento e outros cinco ainda estão em fase de implantação. O mais recente, que deve ser concluído até setembro deste ano, é ‘Água e Renda’, que visa gerar renda e melhorar a oferta de recursos hídricos a população das vilas Amazonas e Pará, em Serra do Mel.

Entre os projetos desenvolvidos com a comunidade, alguns ainda estão em fase de desenvolvimento. Um deles, previsto para começar a operar em setembro deste ano é o ‘Água e Renda – Água para a vida’.

Segundo Thiago Culhari, gerente social da empresa, o projeto tem como objetivo solucionar o problema da escassez de água e gerar renda para os agricultores da comunidade de Vila Amazonas, em Serra do Mel, através da criação de tilápias.

A água será obtida a partir da perfuração de dois poços tubulares com cerca de 200 metros de profundidade. Como a qualidade da água encontrada não é ideal para o consumo, dois dessalinizadores vão transformá-la em água potável. Parte da água vai servir para o consumo humano e o rejeito será usado em tanques de psicultura para a criação de tilápias. Além disso, a água da despesca será utilizada para irrigação. Os colonos irão produzir Erva Sal e palma adensada para obtenção de forragem para alimentação dos ovinos e de ave caipira.

Segundo o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Emparn, José Simplício de Holanda, várias equipes da empresa estão mobilizadas para implantar os projetos, e oferecer treinamento aos colonos. “As duas vilas rurais abrigam em torno de 50 famílias, cada uma, que agora vão passar a ter mais três fontes de renda”, explicou.

Geração de energia
Atualmente 10 parques eólicos estão em atividade nos dois municípios, gerando 253 MW de energia. O número representa aproximadamente 10% da produção em operação comercial do estado, que é líder na produção de energia eólica. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o RN foi responsável por mais de 31% da energia eólica produzida no Brasil. Os dados são de maio deste ano.

O Complexo Eólico Vamcruz, segundo concluído pela empresa francesa na região, tem 31 aerogeradores, distribuídos em quatro parques eólicos.

As torres instaladas no parque foram produzidas em uma fábrica itinerante, montada nas proximidades do parque para facilitar a logística do projeto. Cada torre (sem contar com às pás) tem 120 metros de altura e produzem 3 MW de energia.

Com 93MW de capacidade instalada, o complexo pode gerar aproximadamente 450 Gigawatts-hora (GWh) por ano. A quantidade é suficiente para atender mais de 200 mil pessoas.

Uma subestação dentro do parque transmite a energia para uma segunda subestação no parque eólico de Areia Branca e, de lá, a energia segue para Mossoró, aonde é ligada a rede de transmissão da Chesf.

Com o complexo Vamcruz, a Voltalia expande as operações no RN e chega ao terceiro parque em atividade no estado. Contando com o parque eólico de São Miguel do Gostoso, no litoral norte potiguar, e o parque de Areia Branca, inaugurado em 2014, a empresa já acumula  291 MW de capacidade instalada no estado. De acordo com o diretor geral da empresa no país, o objetivo é produzir 1,2 Gw apenas no RN.

Segundo o presidente da Chesf, José Carlos Miranda, a conclusão do empreendimento também foi comemorada pela empresa, que prevê novos investimentos na região. “Certamente a Chesf há de fazer novos investimentos em energia eólica no Rio Grande do Norte”, declarou o presidente.

Setor eólico em xeque
Durante a inauguração do parque, Klein também expressou sua preocupação com os efeitos da crise econômica no setor eólico. De acordo com o diretor, uma pausa nos leilões de energia afetaria toda a cadeia produtiva movimentada pelo setor.

“Quando há uma redução na demanda como está acontecendo agora, há uma preocupação de como serão os futuros leilões. O que preocupa é que tem uma cadeia de fornecedores, investimentos, desenvolvedores que se criou no Brasil, com muitos projetos esperando, investidores esperando e se não há potência contratada esse ano, pode haver dificuldade em se manter a industria eólica. Diante essa dúvida estamos um pouco preocupados”, concluiu.

Apesar da instabilidade, a companhia ainda tem dois empreendimentos na região. Ainda em agosto desse ano será entregue o complexo eólico Serra Pará, com 33 aerogeradores e capacidade instalada de 99 MW. Na sequência a empresa inicia a construção do complexo Vila Acre, que terá capacidade de geração de 27 MW.

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