Glauco Diniz Duarte – porque energia solar e tão cara
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, para qualquer um que seja consumidor de energia elétrica no Vale do São Francisco e no Brasil, a geração de energia solar fotovoltaica (FV) é um investimento que traz vantajoso retorno. Basicamente, existem algumas variáveis que demonstram o porquê desse investimento valer tão a pena, e que serão abordadas a seguir:
Tarifa de energia
Quanto maior a tarifa de energia cobrada pela distribuidora local, mais atrativo é o retorno financeiro com a instalação de um sistema solar FV. A tarifa de energia é o mais importante fator quando se trata de analisar o retorno financeiro.
Elas são medidas em R$/kWh e variam conforme a distribuidora local, o tipo de cliente (A ou B e variações), e bandeira tarifária. Mês passado, por exemplo, Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) aumentou em 17% a tarifa de energia, e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) aumentou a tarifa em quase 9%. Isso quer dizer que Juazeiro e Petrolina passarão a ter as contas de energia mais caras, e, portanto, o uso de geração FV é ainda mais atrativo nesses cenários.
Cliente B
Os consumidores de energia em Baixa Tensão são enquadrados no grupo de clientes B, que correspondem a residências (B1) e comércios de pequeno e médio porte (B3), por exemplo. Os consumidores desse grupo certamente estão pagando altas tarifas, e ter geração solar FV pode se mostrar financeiramente viável neste caso.
Para você ter um exemplo, vamos simular o prazo de retorno financeiro (payback) baseado em uma conta de energia da Coelba de um cliente B1. Note que, no caso abaixo, o investimento inicial foi de R$ 49.078,50, necessário para compensar 100% dos gastos desse cliente com o consumo de energia.
Como você notou, levamos em conta o retorno financeiro dentro do período de 25 anos, que é o prazo de durabilidade média do sistema fotovoltaico, e também seguintes fatores:
Energia gerada
Tarifa de energia inicial
Inflação anual da tarifa de energia
Troca de inversor após 15 anos
Diminuição da eficiência energética ao longo do tempo (25 anos)
Diante do cenário apresentado, notamos que esse sistema se paga em 4 anos após sua integração à rede de energia. A partir daí, o consumidor passa acumular os valores que seriam então desembolsados para pagar a conta de energia caso não houvesse geração de energia solar. Ao final do período de 25 anos, esse consumidor tem acumulado cerca de R$ 1.088.513,93.
Retorno de investimento comparado a ativos do mercado
O investimento em energia solar pode ser comparado a ativos do mercado financeiro, já que existe uma aplicação de capital que retorna ao longo dos anos – no caso da energia solar, durante os 25 anos ou mais de eficiência garantida.
Para se ter uma ideia o rendimento proporcionado pelo sistema solar em Juazeiro – com tarifa a R$ 0,75 por kW e 15.444 kWh/ano de geração, já descontadas as perdas com inflação energética nos próximos 25 anos, assim como a troca de inversor – foi de 1.088.513,93. O mesmo investimento inicial se aplicado em uma poupança com taxa referencial de 0,6% ao mês, por exemplo, renderia ao final de 25 anos algo em torno de R$ 807.135,93 – ainda não tão lucrativo quanto a geração de energia solar.
Variação das tarifas de energia
Como você notou, nós aplicamos a inflação da tarifa de energia na tabela de retorno financeiro (payback). Esse é também um dos fatores que faz o investimento na energia solar FV ser tão viável. De acordo com consultorias financeiras, o consumidor residencial brasileiro terá de lidar com dois anos de reajustes em energia devido às chuvas que ainda são insuficientes para compensar os períodos de seca que impactam na geração hidrelétrica, assim como o aumento dos encargos sociais. A expectativa é que as contas tenham reajuste acima de 10% ainda este ano, no caso da Bahia esse reajuste foi de 17%, e Pernambuco próximo a 9%.
Além disso, existem as bandeiras tarifárias que encarecem ainda mais as contas de energia quando as termoelétricas – fonte de energia cara e poluidora – precisam ser acionadas para dar conta do consumo da energia, dado a escassez de água nos reservatórios hidrelétricos. Foi o que aconteceu em outubro de 2017 quando contas de luz dos brasileiros foi para bandeira tarifária vermelha nível 2, passando a ser de R$ 3,50 para R$ 5 a serem pagos por cada 100 kWh consumidos. Em Pernambuco, a bandeira tarifária passa ser vermelha nível 1 neste mês, o que obrigado ao consumidor a pagar R$ 3,00 a cada 100 kWh consumidos.
Tamanho do sistema
O tamanho do sistema também impacta diretamente no retorno do investimento.
Quanto maior um sistema solar FV, por exemplo, menor é o custo por Watt:
Sistema Residencial: R$ 50.000 para 6,6 kWp, se dividirmos R$ 50 mil por 6,6 kWp teremos um custo de R$ 7.575 por kWp
Sistema Comercial: R$ 500.000 para 80 kWp, se dividirmos R$ 500 mil por 80 kWp teremos um custo de R$ 6.250 por kWp
Se a tarifa do sistema residencial for a mesma que a do comercial, este última tende a ter um retorno ainda maior do investimento por que há um ganho em escala no sistema de maior porte refletindo na diluição do custo dos inversores, da mão de obra e projeto etc.
Valorização do imóvel
Além do retorno financeiro com essa tecnologia instalada em sua casa ou comércio, você ainda terá seu imóvel valorizado, que pagará com tranquilidade o custo do sistema fotovoltaico.