Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, com um custo de produção mais barato e em queda constante, o setor energético espera um “boom” da geração por fontes renováveis nos próximos cinco anos. A previsão é da Agência Internacional da Energia (AIE) que em seu relatório anual, divulgado nesta segunda-feira (21), calcula que a expansão da energia limpa será de 50% até 2024.
O aumento esperado em nível global é de 1.200 gigawatts, equivalente à capacidade total de energia dos Estados Unidos. A expectativa é que as renováveis representem 30% da produção global de energia em cinco anos, um aumento de 6% em relação a hoje.
O fotovoltaico vai liderar o setor, representando 60% do crescimento. O número de edifícios residenciais, comerciais e industriais com painéis solares deve mais que dobrar, somando 100 milhões. Austrália, Bélgica, Califórnia, Países Baixos e Áustria são os mercados mais promissores.
O avanço da fonte solar é puxado pela queda no custo de geração da energia que a agência estima entre 15% a 35% até 2024, o que tornará a tecnologia mais acessível. No melhor cenário previsto a produção deve chegar a 600 gigawatts, o dobro da capacidade atual do Japão.
Ao contrário do que se pensa, o sistema distribuído – que permite que o produtor injete na rede o excesso de produção e ganhe crédito em troca – é mais difundido no setor comercial e industrial. Apenas 25% do total vêm de instalações em prédios residenciais.
De acordo com o relatório, as fazendas eólicas vão contribuir com 25% do crescimento; já 4% virá das estruturas eólicas instaladas no mar. Esse setor será estimulado por leilões na União Europeia e pela expansão do mercado na China e nos Estados Unidos. A bioenergia, obtida por meio de biomassa (como madeira, produtos agrícolas e dejetos orgânicos) vai crescer na China, Índia e União Europeia.
Apesar da expansão, o potencial da energia verde para a produção de calor e para o transporte elétrico vai continuar pouco explorado. A fatia de renováveis para a demanda de calor vai ficar abaixo de 12% até 2024 e para mover veículos elétrico não deve superar 10% do total. Atualmente, os biocombustíveis representam 90% da energia renovável usada no transporte e sua produção deve crescer 25%.
O relatório aponta três desafios que podem travar o setor: as incertezas regulatórias e políticas, os altos riscos de investimento, e a necessidade de integrar os sistemas eólico e solar.
“As renováveis já são a segunda maior fonte de eletricidade no mundo, mas seu desenvolvimento ainda precisa acelerar se queremos alcançar as metas de longo prazo sobre clima, qualidade do ar e acesso à energia”, explica o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.”