Glauco Diniz Duarte – como surgiu a energia fotovoltaica
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o setor de energia solar está em plena expansão no Brasil. Os sistemas fotovoltaicos já detêm uma fatia de 1,2% da matriz energética nacional. São cerca de 2 GW de potência instalada em geração distribuída, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Essa tecnologia está avançando cada vez mais, mas a origem da energia solar vem desde o século XIX.
O aumento do uso desse tipo de energia está ligado à diversos fatores, entre eles a conscientização ambiental e a necessidade de economizar, já que a tarifa energética em nosso país é uma das mais caras do mundo.
Neste post, vamos contar para você como surgiu a energia solar, quais seus benefícios, como você pode aproveitar a irradiação do sol para gerar eletricidade e, por fim, o panorama atual do mercado. Vamos lá!
Qual é a origem da energia solar?
As primeiras experiências com energia solar aconteceram em 1839. O responsável foi um físico da França chamado Alexandre Edmond Becquerel. Ele identificou que usando um aparato com eletrodos, era possível captar a irradiação solar e transformá-la em eletricidade.
Alguns anos depois, ainda no século XIX, surgiu a célula fotovoltaica, que tinha como elemento base o selênio. Mas, o índice de eficiência ainda era baixo, de apenas 1%. Mais tarde, em 1905, os estudos do famoso cientista Albert Einstein a respeito do assunto permitiram que a questão evoluísse com mais solidez.
Por essa razão, Einstein ganhou o prestigiado prêmio Nobel de Física em 1923. Conforme o tempo foi passando, mais pesquisas foram realizadas, até que em 1954 foi produzida, nos Estados Unidos, a primeira célula que usava o silício como elemento químico principal. A taxa de eficiência subiu para 6%.
Hoje em dia, o nível médio de eficiência gira em torno de 14%, sendo que existem opções que alcançam até 21%.
Por que a energia solar é considerada uma fonte inteligente?
A energia solar é considerada uma fonte inteligente por existir em grande quantidade, principalmente no Brasil por conta da posição geográfica, por ser limpa e renovável. Afinal, o sol nunca vai parar de brilhar.
Então, quem usa a maior estrela do nosso sistema para produzir energia, tem a certeza de ter uma fonte totalmente confiável, se compararmos a outras opções, como a hidrelétrica. Isso sem falar em alternativas que são altamente poluentes, como o carvão e o gás. A energia fotovoltaica é amiga do meio ambiente.
Investir em energia solar também é algo muito inteligente para o seu bolso, já que ele tem vida útil aproximada de 25 anos. Tendo em vista que o dinheiro investido retorna ao proprietário em 6 anos, restam quase 20 anos para você receber a sua conta de luz praticamente zerada.
Durante esse tempo, seu gasto com manutenção será muito baixo, pois o sistema fotovoltaico só precisa ser limpo duas vezes ao ano. Quando isso for feito, as equipes de energia solar fotovoltaica também verificarão se os equipamentos estão funcionando adequadamente.
Quais são as tecnologias de aproveitamento?
Existem algumas maneiras de aproveitar a irradiação solar para produzir energia, além do processo fotovoltaico, que funciona com placas fotovoltaicas que captam a luz do sol, transmitindo-a aos inversores solares, para que a corrente seja modificada.
Também é possível aquecer a água com a captação de energia solar. Empresas, indústrias e residencias, que tenham coletores solares feitos de cobre ou alumínio, conseguem transformar a radiação em energia térmica.
Já a energia heliotérmica é a energia térmica concentrada. Um conjunto de espelhos absorve a luz do sol, para depois transformá-la no formato que pode ser usado tanto para aquecimento quanto como eletricidade no imóvel.
Qual o panorama atual da energia solar no Brasil?
Empresários e usuários residenciais de energia estão cada vez mais buscando alternativas amigas do meio ambiente para investir. A estimativa é que em 2024, nosso país já tenha quase 900 mil sistemas de energia solar em uso. Dados da ABSOLAR apontam que 1,8 milhões de novas ligações são feitas todos os anos.
Um estudo do Ibope Inteligência mostrou que 89% dos brasileiros têm o desejo de produzir energia por meio da luz do sol em casa. Considerando que a geração distribuída está abaixo de 0,01% no índice de atendimento à demanda atual, já podemos enxergar todo o potencial de crescimento do mercado de energia solar
O DataFolha identificou que um dos principais entraves para a compra é a falta de financiamento competitivo. 79% das pessoas disseram que ainda não instalaram um sistema fotovoltaico em seus imóveis porque as condições de crédito oferecidas pelas instituições financeiras não são viáveis. Entre os empreendedores, 75% também têm como o maior entrave para aquisição desse tipo de equipamento a captação de recursos financeiros.
O Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina) divulgou uma estimativa mostrando que o brasileiro destina o pagamento de 11 horas de trabalho todos os meses só para arcar com a sua conta de luz. A popularização da energia solar também é uma questão social, já que os cidadãos que ganham um salário mínimo por mês são os que mais precisam trabalhar para pagar pela eletricidade de suas moradias.
Apesar de os primeiros experimentos de energia solar terem sido realizados no há dois séculos, claramente o avanço tecnológico, a consciência ambiental em preservar recursos naturais, em diminuir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), além da necessidade de economizar no gasto de um custo fixo essencial, foram as principais razões para a transformação desse mercado.
Para o futuro, um estudo feito pelo Sebrae a respeito da cadeia de valor dos sistemas fotovoltaicos corrobora o potencial de crescimento do setor de energia solar. Ele afirma que esse tipo de energia detenha a maior fatia da matriz energética do Brasil quando chegarmos em 2040.