Glauco Diniz Duarte – como fazer painel fotovoltaico caseiro
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 153/2014, de 20 de março e as Portarias n.º 14/2015 e n.º 15/2015, ambas de 23 de janeiro, já é possível consumir a energia elétrica produzida na sua habitação/empresa. Desta forma, pode reduzir ou até mesmo eliminar os custos de energia da sua habitação durante as horas de sol.
Vamos conhecer mais sobre esta nova regra para gerar energia limpa para o seu consumo.
Esta energia pode ser obtida recorrendo às mais diversas fontes de energia renováveis, contudo, devido ao nosso clima e horas de exposição solar, a energia solar fotovoltaica é a opção mais recorrente e rentável.
Até à nova legislação que entrou em vigor recentemente, a energia produzida pelos sistemas fotovoltaicos tinha que ser obrigatoriamente injetada e vendida à rede, não podendo por isso ser utilizada para reduzir os consumos da sua habitação.
Com este novo regime o paradigma muda. Os consumidores têm a opção de consumir a energia produzida nos seus próprios sistemas e podem dessa forma reduzir a tão mal amada (e cada vez mais elevada) fatura de energia elétrica, aumentar a eficiência energética da sua habitação e ter um maior controlo sobre os seus consumos. Pode também redirecionar os seus consumos para as horas de sol (máquinas de lavar roupa/loiça, secar, bombas de piscinas, sistemas de rega, sistemas de aquecimento elétricos) e dessa forma aproveitar e energia gratuita que o sol lhe pode fornecer.
Sabia que num futuro próximo a eficiência energética da sua habitação vai ter importante papel nos impostos pagos pela mesma?
Para dar resposta a este novo regime de produção de energia, foram introduzidos no mercado kits fotovoltaicos para autoconsumo modulares, que permitem a sua adaptação às necessidades dos consumidores.
Estes kits são normalmente apresentados com potências entre 250W e os 1500W (compostos por 1 a 6 painéis fotovoltaicos), potência até à qual não é necessário efetuar registos nem pagar taxas junto das entidades competentes.
Para instalação de uma maior potência é necessário efetuar um registo e pagar a respetiva taxa. Se pretender vender à rede o excedente da sua produção, é necessário também instalar um contador de energia para contabilizar a energia que é injetada na rede.
E custos? Tempos de retorno do investimento?
Um kit fotovoltaico constituído por 1 painel fotovoltaico produz anualmente cerca de 375kWh de energia elétrica. Considerando o custo atual da energia (incluindo Imposto Especial de Consumo e IVA, valores esses que o produtor irá reduzir), o retorno do investimento deste tipo de kits é obtido durante o quinto ano.
No caso de o kit ser constituído por um maior número de painéis fotovoltaicos, e com a constante subida do custo da energia elétrica, (3% ao ano, correspondente à inflação, no melhor cenário), o tempo de retorno deste investimento pode ser feito durante o quarto ano.
Outra vantagem é que começa a poupar imediatamente a partir do momento em que faz a sua instalação.
E trata-se de um bom investimento?
Sim. Trata-se de um investimento bastante interessante, com taxas de rentabilidade anuais na casa dos 20%. No entanto é necessário ter em muita atenção a escolha do seu kit, bem como o seu dimensionamento.
Não interessa instalar um kit com um elevado número de painéis se não tem consumo que o justifique, uma vez que pode correr o risco de nunca obter retorno do seu investimento.
Tenha também em especial atenção à escolha dos equipamentos, certificando-se que se tratam de equipamentos licenciados para o mercado português, bem como às marcas e garantias dos fabricantes dos mesmos.