Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, após um longo período de chuva em uma região, as pessoas podem se perguntar como funciona a geração de energia fotovoltaica mesmo tendo poucos raios de sol passando pelas nuvens.
Alguns dizem que energia solar se torna inviável pois os períodos chuvosos prejudicam a geração, porém isso não é verdade.
Aprenda aqui:
Como a energia solar é gerada nos dias de chuva?
Qual o papel do dimensionamento nesse contexto?
É possível armazenar a energia que sobra nos períodos com mais sol?
Como a energia solar é gerada nos dias de chuva?
Quando se fala em geração de energia elétrica por energia solar, muitas pessoas podem se perguntar sobre a eficiência desse tipo de geração nos dias em que o sol está escondido atrás de nuvens escuras. É correto dizer que o funcionamento dos painéis ocorre tanto em dias nublados e chuvosos como em dias ensolarados, já que essa tecnologia está muito mais associada aos raios solares do que ao calor.
Quando o céu está um pouco mais cinzento, ou em períodos chuvosos a eficiência da geração diminui, pois a incidência solar será menor nessas situações. No entanto, não significa que o local ficará sem energia, os painéis solares irão funcionar durante todo o dia, mesmo que a luminosidade seja pouca.
As nuvens escuras, certamente, irão fazer com que a incidência solar diminua e a geração de energia seja menor, mas ainda nessas condições o desempenho do sistema é favorável. Vale mencionar que escolher um equipamento de boa qualidade e investir em painéis mais eficientes é fundamental.
No entanto, a chuva não é apenas uma vilã nessa história, muito pelo contrário, ela se encarrega da maior parte da manutenção do sistema, sendo responsável por tirar sujeira, poeira, folhas e dejetos de animais que possam ficar causando sombra nos painéis.
Assim, não é preciso se preocupar se você irá ficar sem produção quando chover, basta escolher profissionais qualificados que façam um projeto bem dimensionado de acordo com suas necessidades.
E qual o papel do dimensionamento nessa questão?
Um dos principais fatores que deve ser observado com atenção ao fazer o dimensionamento de um sistema fotovoltaico é o local em que será instalado, isso porque a quantidade de energia gerada pode sofrer alterações dependendo do clima daquele lugar.
De uma forma bem simplificada, o processo de geração de energia funciona da seguinte forma: os painéis solares captam a energia do sol e a transformam em energia elétrica através de uma corrente contínua, para que então os inversores possam transformar em corrente alternada e tornar possível o uso da energia nas residências, empresas e outros locais.
É de grande importância que o profissional escolhido para fazer o dimensionamento e orçamento do seu sistema atente tanto para a carga necessária para suprir as suas necessidades, quanto para a localização geográfica de onde será o sistema, pois sabendo sua localização consegue-se prever o fator de insolação em cada mês do ano.
Segundo dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), a precipitação média anual da região Nordeste, no ano de 2018, variou entre 400mm e 2200mm, já em alguns lugares da região Norte chegou a 3400mm, mostrando que se o mesmo sistema for instalado nesses dois locais eles irão gerar valores diferentes no período chuvoso, pois na região Norte esse período tende a ser maior.
No entanto, ainda que exista essa pequena diferença, as condições climáticas por todo o território brasileiro são favoráveis a esse tipo de geração de energia, sendo um dos maiores potenciais do mundo.
É possível armazenar a energia que sobra nos períodos com mais sol?
Mas caso as placas solares gerem muita energia em dias ensolarados e sua residência não consuma tudo, é possível guardá-la para os dias de chuva onde não haverá alta geração? Essa é uma pergunta bem frequente entre os clientes que planejam adquirir um sistema solar. A resposta para essa pergunta é sim! É possível armazenar a produção excedente, porém não a energia elétrica em si, e sim, os créditos na conta de energia
A ANNEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou o sistema de compensação de energia elétrica, que permite que a energia excedente gerada através de um sistema solar em uma casa ou estabelecimento seja cedida à distribuidora local acumulando assim créditos que serão utilizados pelo consumidor posteriormente.
Podemos citar como exemplo do uso de créditos a utilização da energia elétrica no período noturno quando o sistema solar não estiver gerando energia. Vale ressaltar que esses créditos tem validade de 5 anos e podem ser utilizados em outra unidade consumidora que tenha o mesmo Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ) junto ao Ministério da Fazenda.
Entretanto, esse sistema de compensação ainda gera dependência do cliente em relação a distribuidora local, por exemplo caso haja queda de energia, sua residência ficará sem energia até que a distribuidora resolva o problema. O uso de baterias recarregáveis solucionaria esse tipo de problema, mas poucas empresas de engenharia trabalham com esse tipo de projeto e o preço das baterias inviabiliza o investimento na maioria das vezes.