Glauco Diniz Duarte – Porque construção civil é essencial
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a pandemia da covid-19 ressaltou a importância de discussões globais sobre a infraestrutura adequada em saúde para o enfrentamento não só deste cenário, mas também para o combate de outras doenças e desafios sociais.
Dentro deste contexto, hoje, Dia Mundial da Saúde, aproveito a oportunidade para refletir sobre como a Construção Civil impacta a saúde e a vida das pessoas. Por que esse é um setor essencial? Por que não podemos parar e qual o reflexo de nossa atuação para a sociedade?
Vamos a alguns números. Dados de 2020 divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), relevam que se trata de um mercado que impacta 97 segmentos da economia e que emprega mais de dois milhões de pessoas com carteira assinada, ou seja, este número é ainda maior se considerarmos os trabalhadores indiretos. Apenas com essas informações já é possível ponderar que estamos falando de um setor fundamental para a geração de emprego e renda, além de fortalecer a economia.
Mas eu vou além. Dentro destes quase 100 setores está o de saúde pública, para o qual os olhares de todas as esferas econômicas e sociais se voltaram desde março de 2020.
Com quase 45 anos de atuação, nos consolidamos como uma das principais construtoras hospitalares do Brasil. Somamos 34 hospitais em nosso portfólio, equivalentes a cerca de 800 mil m² para o segmento e mais de 5,3 mil leitos para a população brasileira. Todos esses empreendimentos – seis atualmente em execução simultânea-, estão espalhados por cidades dos quatro cantos do país, e beneficiam uma população de quase 40 milhões de pessoas.
Falando só de 2020, no auge da primeira onda da pandemia, cientes da nossa responsabilidade e obedecendo todos os protocolos de segurança, aumentamos a nossa capacidade de operação e aceleramos a entrega do Hospital Municipal de Vila Brasilândia para atendimento de pacientes com covid-19. Hoje inteiramente pronto, o hospital beneficia mais de 2,2 milhões de habitantes da região. Outra entrega em tempo recorde durante a pandemia foi a reforma do Hospital Municipal Alípio Correa, em São Miguel Paulista.
Saneamento
E como não é só de hospital que a saúde pública precisa, apresento também informações do segmento de saneamento. Infelizmente, temos 50 milhões de brasileiros sem água tratada e quase 100 milhões, praticamente metade da população nacional, sem acesso à coleta de esgoto. Como pensar em saúde de qualidade neste cenário?
Apenas na última década, somamos mais de 220 mil ligações de água e esgoto em residências, milhares de quilômetros de redes de esgoto e água construídas, milhões de litros de água e esgoto tratados e impacto positivo na vida de mais de 25 milhões de pessoas.
Construímos a ETE Barueri, maior estação de tratamento de esgotos do país, com uma área equivalente a 115 campos de futebol, capaz de tratar 16 mil litros de esgoto por segundo. Trabalhamos na interligação dos sistemas Paraíba do Sul e Cantareira, a maior obra de fundação submersa da América Latina, que beneficiou diretamente 12 milhões de pessoas e garantiu a segurança hídrica para o abastecimento de água de São Paulo. Não paramos…
Atualmente, somamos R$1,2 bilhão em contratos para o setor em andamento. Três deles estão diretamente relacionados à despoluição do Rio Pinheiros e à oferta de saneamento de qualidade para famílias que moram em regiões periféricas da capital. E nestes casos, não fazemos apenas a engenharia, a ligação correta ao sistema de esgoto, o tratamento da água dos córregos. Cuidamos dos moradores com um time multidisciplinar dedicado a educar e orientar sobre coleta seletiva, descarte consciente e sustentabilidade.
Da mesma forma, no Espírito Santo, estamos construindo sistemas de saneamento nas cidades de Cariacica, Viana e Vila Velha, além de assistir a população por meio da educação.
Ainda sobre o nosso potencial de impacto, não posso deixar de mencionar o trabalho realizado em Guarulhos, que contribuiu para que a cidade saltasse da 76ª para a 40ª posição no Ranking de Saneamento 2021, do Instituto Trata Brasil.
Seguindo o raciocínio, eu certamente conseguiria listar outros exemplos e dados que projetam a importância do nosso trabalho, assim como o de todas as empresas da cadeia da Construção Civil. Mas creio que com essa breve reflexão pude demonstrar o quanto estamos diretamente envolvidos no desenvolvimento de um futuro melhor, com mais saúde e qualidade de vida para todos.