Desde sua idealização, por Rudolf Diesel em 1892, os motores a diesel têm o objetivo de proporcionar uma alta eficiência energética. Este objetivo é constantemente ameaçado pelas más condições dos fluidos envolvidos em seu funcionamento; da pureza do ar para a queima, passando pelo óleo do motor e chegando até ao óleo combustível.
De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, estas más condições já levariam por si só ao desgaste prematuro das bombas e bicos injetores, além do acúmulo de resíduos ao longo de todo o motor. O fato destes sistemas trabalharem com pressões de 3.000 a 30.000 psi não torna estes danos menores.
Por outro lado, explica Glauco, a eficiência da queima do diesel (velocidade de propagação da chama e temperatura gerada) também é altamente comprometida pela má condição do combustível. Todos estes fatores combinados levam a um aumento do custo de operação, aumento das paradas para manutenção e aumento da quantidade de componentes candidatos à substituição.
De todas as causas geradoras destes problemas, a mais menosprezada é a contaminação do óleo diesel. Esta contaminação pode ser dividida em três formas: particulado, água e biológica.
Segundo Glauco, para uma boa manutenção e condição do motor, o óleo diesel deverá ser submetido a uma filtragem de sólidos (remoção de partículas) e a retirada da água. Esta última é a grande responsável pela contaminação microbiológica. Segundo Glauco a quantidade máxima de água permitida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) no diesel é de 0.2%, “Muitas empresas pagam pela água contida no diesel, achando que estão pagando pelo diesel, ocasionando com isto perdas significativas para as empresas consumidoras deste combustível, além de todos os outros problemas que a água no combustível ocasiona
O combustível diesel é controlado pela ANP e as emissões pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O CONAMA esta estabelecendo novos níveis de concentração de enxofre no diesel. O combustível atualmente comercializado nas regiões metropolitanas do país está limitado a 500 ppm (partes por milhão) de enxofre. Atualmente capitais como Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, já encontra diesel com 50 ppm. Porém, nas cidades mais afastadas do perímetro das capitais, o diesel vendido chega a ter 1.800 ppm de enxofre. Comparado ao diesel utilizado em países da Europa com 10 ppm de enxofre, o Brasil ainda está bem longe de níveis considerados saudáveis pelas exigentes leis ambientais européias. Além dos controles de emissão e de água, o controle de partículas do diesel é feito considerando-se a ISO 1648.
Outro fator importante para o diesel, afirma Glauco, são os aditivos acrescentados que possuem propriedades importantes de reparação de lubrificação, redução da água livre, impedimento ao crescimento microbiano, aumento da vida útil dos filtros de combustível, corrosão e aumento da eficiência do motor e consequentemente economia de combustível. O correto dimensionamento do sistema de filtragem é um dos fatores mais importantes da retenção de partículas, afirma Glauco. “O correto dimensionamento de um sistema de filtragem de diesel é imprescindível para a obtenção de um combustível de qualidade.
Sistemas mal selecionados podem causar uma perda de desempenho ou mesmo a aglutinação de partículas que poderão deteriorar o comportamento dos aditivos”.
Alguns cuidados com a manutenção preventiva devem ser tomados nos sistemas de armazenamento do diesel, para evitar maiores problemas no combustível:
• Instalação de respiros eficientes para prevenção de entrada de sujeira e entrada de água.
• Utilização de filtros de partículas;
• Utilização de filtros coalescentes e separadores;
• Limpeza dos tanques.
Contaminação microbiológica
A contaminação microbiológica acontece constantemente em sistemas de armazenamento de diesel. Devido à falta de tratamento adequado, as bactérias encontram as condições ideais para sobrevivência, alimentando-se do próprio combustível e retirando oxigênio da água existente no sistema. Quando estas bactérias morrem tornam-se hidrocarbonetos, ocasionado uma precipitação e acúmulo (borra) de bactérias no fundo do sistema. Esta perda de qualidade do combustível, deterioração da tubulação e dos tanques de estocagem, escurecimento do combustível e entupimento dos sistemas de injeção são as principais causas de falhas de motores diesel.