GLAUCO DINIZ DUARTE Crescimento do uso da Energia Solar no Brasil gera polêmica entre as concessionárias elétricas
A energia solar fotovoltaica, sistema que transforma a luz do sol em fonte de energia elétrica através de um equipamento instalado no telhado dos imóveis, teve aumento de 350% de adesão no último ano em todo o país. O crescimento gerou preocupação nas distribuidoras de energia, que temem pela queda na arrecadação de impostos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) discute alternativas para que até 2020, os consumidores tenham que pagar algum tipo de tarifa para ter geradores domésticos.
Na maioria dos estados brasileiros a energia solar, em sua modalidade “distribuída”, onde as placas são instaladas diretamente sobre o telhado daqueles que vão utilizar a energia, já tem um período de recuperação de investimento (payback) de 4 a 6 anos. Ou seja, após este período a energia produzida pelos painéis será praticamente grátis. Em questão de 5 a 7 anos a energia solar fotovoltaica será mais barata que a energia gerada pelas hidrelétricas se tornando assim a fonte mais competitiva.
Além disso, a energia solar é considerada sustentável, pois seu impacto ambiental é menor se comparado à outras fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.
Entenda como a energia solar gera economia
O engenheiro eletricista da empresa Oeste Solar Energia, Rubens Araújo, afirma que produzir energia pode gerar uma economia de até 95% na conta de luz devido à fatores como o alto nível de irradiação solar no Estado de Mato Grosso e pela não arrecadação de impostos sobre a geração distribuída, por parte do governo. Tudo isso gera economia já no primeiro mês de uso dos equipamentos.
Rubens alerta que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), irá abrir uma audiência pública para colher subsídios que permitam uma alteração regulatória na resolução normativa 482/2012, que trata de regras para micro e mini geração distribuída.
A revisão na regulação, é devido ao receio por parte das distribuidoras, de que as concessionárias sejam prejudicadas com o aumento de consumidores gerando a própria energia. As alternativas segundo a ANEEL, é analisar um novo sistema de compensação de energia elétrica, que valoriza a energia injetada na rede permitindo assim o crescimento sustentável. O que implicara diretamente no custo atual desse sistema.
Vale lembrar que a nova regra passa a valer apenas para os novos entrantes na geração distribuídas. Para quem já está no mercado, permanece a regra anterior. A energia solar veio para ficar e democratizar a produção de energia limpa. Esperamos que a ANEEL mantenha os benefícios aos consumidores que escolhem uma fonte de energia renovável.