A energia solar para residência estará cada vez mais presente na vida dos brasileiros. Segundo o Ministério de Minas e Energia, espera-se que até 2018 o Brasil esteja entre os 20 países com maior geração de eletricidade por energia solar. Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estima que até 2024 mais de 800 mil consumidores residenciais e comerciais adotarão a microgeração solar fotovoltaica.
As razões que levam a essa previsão são várias e bem conhecidas: a fonte solar é limpa, renovável e abundante no território brasileiro. Além disso, com o aumento das tarifas de energia, a tecnologia fotovoltaica vem se tornando cada vez mais rentável. Por isso, recomenda-se cada vez mais investir em energia solar para residência ou para comércios e indústrias.
Mesmo com todo este destaque como fonte de energia, algumas dúvidas frequentes podem confundir o consumidor na hora de decidir por produzir a própria eletricidade.
Confira as respostas para 8 dúvidas frequentes sobre energia solar para residência que irão ajudar na sua decisão:
Como é feita a instalação da energia solar para residência?
O processo de instalação do sistema fotovoltaico é relativamente rápido, mas requer preparação. O primeiro passo é a elaboração de um projeto por uma empresa especializada. Este projeto é fundamental, principalmente para que o sistema se adeque às necessidades e características da região. O consumo, a orientação geográfica da residência, a existência de sombreamentos e a inclinação do telhado são alguns dos fatores que precisam ser avaliados para garantir que o sistema atinja sua máxima performance.
O sistema contará com painéis fotovoltaicos (responsáveis por gerar a corrente elétrica), estruturas de fixação para apoio dos módulos e um inversor, que transforma a corrente elétrica dos painéis na eletricidade que alimenta os nossos aparelhos, assim como outros dispositivos de segurança, garantindo que o sistema opere tranquilamente. Além disso, a concessionária de energia também realiza a troca do medidor de energia unidirecional para um bidirecional, que registra tanto a eletricidade gerada pelos painéis e a recebida pela rede.
Instalações residenciais demoram de 1 a 2 dias para serem finalizadas, dependendo das características do sistema. É importante destacar que, no geral, não são necessárias obras civis para adequação do sistema à residência. Basta instalar os painéis no telhado, conectar o sistema à rede elétrica do local, e desfrutar da economia proporcionada.
Como é a operação e manutenção desses painéis?
Fabricantes de painéis fotovoltaicos oferecem uma garantia de performance com uma degradação anual: aos 10 anos de operação, o sistema estará com 90% de sua capacidade original. Já com 25 anos, ele estará operando a 80% de sua capacidade. Portanto, mesmo depois dos 25 anos, o sistema continuará operando indefinidamente.
Para tanto, durante o período de uso, caso a água da chuva não seja suficiente para limpar os módulos, sugere-se uma manutenção bastante simples: limpeza dos painéis uma ou duas vezes ao ano apenas com água para remover possíveis sujeiras que podem diminuir a eficiência do sistema.
Como dimensionar o sistema fotovoltaico?
O dimensionamento do sistema fotovoltaico depende de inúmeros fatores. Primeiramente é preciso calcular o custo médio de energia diária da casa para se saber quanta energia será necessária.
A segunda medição deve se dar com relação a escolha do painel solar e o número de placas necessárias. Essa escolha vai variar conforme as necessidades energéticas da casa e o número de placas que se pode incluir no telhado da residência.
Além disso, existem outras etapas que precisam ser levadas em conta, como o tamanho das baterias para captação da energia extra produzida, em casos de sistemas Off Grid e o dimensionamento do inversor, que é responsável pela energização de equipamentos em corrente alternada.
Esses cálculos são importantes para evitar problemas futuros na rede e é recomendado que sejam realizados apenas por profissionais capacitados.
É possível produzir eletricidade sem depender da rede convencional?
Sim, é possível através de sistemas off-grid. Isso quer dizer que toda a energia produzida pelos painéis é utilizada na propriedade. No entanto, como as placas fotovoltaicas não produzem energia na ausência de sol (durante a noite e em dias chuvosos, por exemplo), a bateria se torna em uma necessidade importantíssima para o projeto. Afinal, é preciso que se produza uma quantidade diária excedente de energia para que seja empregado durante a noite.
Diferentemente de sistemas isolados, o sistema on-grid é conectado à rede elétrica convencional, o que descarta a necessidade de baterias, afinal, todo o excedente produzido pelas placas é enviado para a rede, e transformada em créditos para utilização posterior.
Consigo zerar a minha conta de luz?
Infelizmente, não é possível zerar a conta de energia no Brasil. Será necessário pagar o Custo de Disponibilidade, o qual depende do tipo de ligação elétrica que se tenha em casa. Para os consumidores residenciais, o valor é cobrado da seguinte forma:
Rede monofásica: valor em moeda corrente equivalente a 30 kWh;
Rede bifásica: valor em moeda corrente equivalente a 50 kWh;
Rede trifásica: valor em moeda corrente equivalente a 100 kWh.
Portanto, não é recomendável instalar um sistema que cubra 100% de suas despesas com energia elétrica.
O que acontece se houver uma produção de eletricidade maior do que o consumo?
Caso a energia produzida num mês seja maior do que o consumo, seu excedente é utilizado por outros pontos ligados à rede e convertido em créditos para a Unidade Consumidora. Esses “créditos de energia” terão um prazo de validade e serão automaticamente usados quando o sistema gerar menos do que o consumo, diminuindo a fatura nos meses seguintes.
Uma outra possibilidade é a de gerar energia num local e consumir em outros de mesma titularidade, desde que na área de atendimento de uma mesma distribuidora — esse é o chamado “autoconsumo remoto”. Por exemplo: uma instalação feita numa casa de praia terá geração maior que o consumo durante praticamente o ano todo. Esse excedente poderá ser alocado na residência do consumidor, que poderá desfrutar da economia mesmo não consumindo no local onde a energia é gerada.
Se houver um apagão na rede elétrica, o sistema fotovoltaico fornece a eletricidade?
Como o sistema está conectado à rede, ele não irá gerar energia em caso de queda de fornecimento. Isto acontece por motivos de segurança: caso seja necessária manutenção na rede elétrica, ela não poderá estar energizada.
O sistema solar fotovoltaico gera impactos ambientais?
Os painéis fotovoltaicos infelizmente ainda são cercados de mitos e contradições a respeito do seu impacto ambiental. Uma das maiores incorreções a respeito do assunto são sobre os níveis de energia gerados para construir uma placa. É dito que a produção delas gastaria mais energia do que ela seria capaz de produzir durante a sua vida.
No geral, são necessários 250kWh de eletricidade para produzir 1m² de silício cristalino, o material base de uma placa. Para se ter uma ideia, uma placa no Reino Unido produz em média 100kWh de energia por ano. Ou seja, levaria apenas 2.5 anos para o payback de energia da placa. E se transportarmos esse cálculo para o Brasil, que possui muito mais incidência de raios solares, essa quantia seria ainda menor!
Outra questão abordada por críticos se dá a respeito da emissão de gás Co2 durante a produção das placas. O argumento é que a emissão de gás durante essa etapa teria a mesma quantidade de usinas de combustível fóssil.
É calculado que a emissão total de Co2 de uma placa seja de 30g por kWh. Esse cálculo foi realizado no Reino Unido, e levou em conta a produção, vida útil, descarte e reciclagem de uma placa.
Para se ter uma ideia do significado desse número, sabe-se que a vida útil das placas fotovoltaicas dura de 25 a 30 anos. Em contrapartida, a média de emissão do gás para produção de energia elétrica no Reino Unido por ano chega a incríveis 451g por kWh! Uma diferença enorme!