Glauco Diniz Duarte – qual energia renovavel mais utilizada no brasil
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, de acordo com a Aneel, do ponto de vista energético, a biomassa é todo recurso renovável de origem de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal) que pode ser utilizada na produção de energia.
Assim como a energia hidráulica e outras fontes renováveis, a biomassa é uma forma indireta de energia solar.
A energia solar é convertida em energia química, através da fotossíntese, base dos processos biológicos de todos os seres vivos.
Dessa forma, a biomassa pode ser transformada em energia através de combustão, gaseificação, fermentação, ou produção de substâncias líquidas.
São considerados exemplos de biomassa utilizados para a conversão de energia: milho, cana-de-açúcar, madeira, palha, casca de arroz, estrume, algas e o lixo biodegradável.
Apesar do carvão e do petróleo serem igualmente provenientes de seres vivos não são considerados biomassa já que resultam de processos geológicos.
Vantagens da biomassa
A energia advinda da biomassa é considerada durável a partir do momento que em que pode-se através do manejo correto garantir seu ciclo, por exemplo garantindo o reflorestamento ou replantio.
E é renovável no sentido de que toda a energia obtida da biomassa veio de processos biológicos que aproveitaram a energia solar, essa energia se não aproveitada pelos humanos acaba retornando ao ambiente através da digestão e da putrefação das plantas.
Uma das principais vantagens da biomassa é que, embora de eficiência reduzida, seu aproveitamento pode ser feito diretamente, por intermédio da combustão em fornos, caldeiras etc.
Para aumentar a eficiência do processo e reduzir impactos socioambientais, tem-se desenvolvido e aperfeiçoado tecnologias de conversão mais eficientes, como a gaseificação e a pirólise.
Também tem sido comum a co-geração em sistemas que utilizam a biomassa como fonte energética, com a exaustão de fontes não-renováveis.
Atualmente, a biomassa vem sendo cada vez mais utilizada na geração de eletricidade, principalmente em sistemas de co-geração e no suprimento de eletricidade para demandas isoladas da rede elétrica.
A produção de biomassa no Brasil
Atualmente, o recurso de maior potencial para geração de energia elétrica no País é o bagaço de cana-de-açúcar.
A alta produtividade alcançada pela lavoura canavieira tem disponibilizado enorme quantidade de matéria orgânica sob a forma de bagaço nas usinas e destilarias de cana-de-açúcar, interligadas aos principais sistemas elétricos, que atendem a grandes centros de consumo dos Estados das regiões Sul e Sudeste.
Além disso, o período de colheita da cana-de-açúcar coincide com o de estiagem das principais bacias hidrográficas do parque hidrelétrico brasileiro, tornando a opção ainda mais vantajosa.
O setor sucroalcooleiro gera uma grande quantidade de resíduos, que pode ser aproveitada na geração de eletricidade, principalmente em sistemas de co-geração.
Ao contrário da produção de madeira, o cultivo e o beneficiamento da cana são realizados em grandes e contínuas extensões, e o aproveitamento de resíduos (bagaço, palha, etc.) é facilitado pela centralização dos processos de produção.
Em média, cada tonelada de cana processada requer cerca de 12 kWh de energia elétrica, o que pode ser gerado pelos próprios resíduos da cana (palha, bagaço, vinhoto etc.).
Além disso, os custos de geração já são competitivos com os do sistema convencional de suprimento, o que possibilita a auto-suficiência do setor em termos de suprimento energético, por meio da co-geração de energia.
A utilização de biomassa no Brasil para fins energéticos tem uma grande importância em relação à diminuição da taxa de emissão de CO².