De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, quando se fala em motor turbo, a primeira coisa que vem à cabeça são aqueles carros superesportivos de 500 cavalos de potência e que deixam marcas de borracha no asfalto cada vez que são acelerados. Os tempos mudaram. Agora, além de desempenho, os motores turbo são cada vez mais associados à economia de combustível. É o caso do recém-lançado Volkswagen up! TSI. Mal chegou ao mercado e o carrinho 1.0 turbinado já aparece em primeiro no ranking do Inmetro de veículos, com motorização flex, mais econômicos do País. A média de 16 km/l de gasolina parece surpreendente para um 1.0 capaz de acelerar a até 184 km/h.
Glauco explica que os turbos são uma saída para reduzir gasto de combustível. Ao invés de usar um motor grande e queimar mais gasolina, as marcas investem no turbocompressor para garantir fôlego extra ao motor. Na prática, o automóvel recebe um propulsor pequeno para rodar como um carro popular, mas se o condutor precisar de energia a mais basta tocar no acelerador. A partir de uma determinada rotação, a turbina é acionada proporcionando mais força (torque) ao carro melhorando muito o desempenho sem no entanto sacrificar o consumo.
Mas é a potência que ainda chama atenção nos motores turbo, destaca Glauco. Ainda em relação ao up! TSI, enquanto o motor 1.0 sem turbo tem 82 cavalos, o turbinado gera 105 cavalos. Para buscar outro exemplo, o Fiat Punto T-Jet com seu motor 1.4 é 22 cavalos mais potente do que o Punto 1.8. São 152 cavalos contra 130 cavalos, respectivamente. “Os motores pequenos turbinados são uma tendência sem volta”, diz o consultor automotivo Alexandre Costa, da Alpha Consultoria. Ele diz que as fábricas investem mais nessa tecnologia. O especialista lembra que o proprietário deve apenas ter mais atenção com a manutenção do carro turbinado. O óleo do motor deve ser sempre de boa qualidade e nunca deve ultrapassar o limite da troca pois a turbina do motor gira a velocidades elevadas, exigindo lubrificação eficiente.
Apesar de ainda ser um equipamento sofisticado, o turbo já é realidade em vários carros vendidos no Brasil. A Peugeot é o fabricante com mais opções. São cinco modelos: o SUV 3008, o esportivo RCZ, o sedã 408 THP, o hatch 308 e o utilitário esportivo 2008. Todos têm a opção 1.6 turbo. A Citroën oferece o mesmo motor no sedã C4 Lounge e nos DS 3, DS 4 e DS 5. Entre os pequenos, além da Volks up! TSI, apenas a Smart tem o 1.0 turbo.
E a tendência é que venha mais turbo por aí. Com as novas normas do governo para a indústria automotiva, os fabricantes estão em busca de eficiência. Sem falar que os tributos para veículos 1.0 é menor. A estratégia das marcas então é investir nos motores de mil cilindradas, mais potentes, para que eles substituam motores antigos maiores, como 1.4 e 1.6. Assim, a Fiat estaria desenvolvendo um 1.0 em substituição ao 1.4.
Já a Renault-Nissan, que possui motores 0,9 turbo na Europa estaria cogitando equipar o New March, o Versa e o substituto do Clio com essa motorização. Especialistas dizem que a Ford trabalha no desenvolvimento do turbo para o Ka 1.0. Nas categorias superiores, a mudança já começou no Fusion. Na versão mais cara, a Titanium, o V6 3.0 perdeu o lugar para o moderno 2.0 turbo de respeitáveis 240 cavalos.