Glauco Diniz Duarte – como calcular energia solar fotovoltaica
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a economia gerada por um sistema de energia solar na conta de luz é sem dúvida o principal argumento do discurso de vendas.
Como todos nós já sabemos, o sistema de energia solar on-grid não zera a fatura de energia, pois sempre haverá um valor residual.
A economia irá nortear a decisão de investimento do cliente e é imprescindível que seu cálculo seja feito da maneira correta.
Apesar de parecer simples, essa conta pode ser mais complexa do que você imagina e ela pode mudar a depender do estado.
Importância do Cálculo Correto da Economia
Profissionais que pensam no longo prazo precisam prestar um serviço de qualidade e sempre de acordo com a expectativa do cliente.
A maior expectativa da maioria dos clientes é em relação ao abatimento na fatura de energia.
Esse abatimento que serve como base de cálculo para o “Payback” e a “TIR”. Estes são indicadores financeiros chave para a tomada de decisão dos clientes.
Payback – em quanto tempo que a economia gerada pelo sistema irá pagar o investimento feito.
TIR – taxa de retorno do investimento realizado no sistema fotovoltaico.
Se esse cálculo for feito de forma equivocada, o sistema não trará a mesma rentabilidade que você propôs ao cliente e isso certamente será motivo de tensão.
O Que Impacta a Economia:
Como calcular economia na energia solar.
Para facilitar a explicação, irei partir do pressuposto que o sistema foi dimensionado da forma correta. Isto é, foi estimado para gerar tudo aquilo que o consumidor demanda por energia elétrica.
Além disso também é importante lembrar que tudo que fora escrito aqui só serve para sistemas on-grid.
Para chegar no valor economizado pelo cliente, precisamos responder as seguintes perguntas:
1º – Qual é o seu consumo médio em R$ (últimos 12 meses).
Assim você terá quantos reais, em média, este cliente costuma pagar de energia elétrica por mês.
Dado isso iremos calcular o valor residual do consumo. Ou seja, caso implemente o sistema de energia solar, quanto será sua nova fatura de energia.
A economia estimada na fatura de energia é a diferença entre quanto ele paga hoje menos o valor residual após o investimento.
2º – Qual é o tipo de ligação (Monofásico, Bifásico ou Trifásico).
Com esta informação você estará apto a calcular o custo de disponibilidade do cliente.
Esse custo é obrigatório aos clientes enquadrados em Baixa Tensão (BT), e é cobrado mesmo na ausência de consumo.
Gostamos de dizer que ele é o custo por estar conectado à rede, apesar de não ser exatamente isso.
Cada tipo de ligação tem um custo diferente:
– Monofásico: 30 kWh
– Bifásico: 50 kWh
– Trifásico: 100 kWh
Para chegar ao custo em reais basta multiplicar os kWh pela tarifa de energia (R$).
3º – Qual é o valor da iluminação pública.
A iluminação pública na fatura de energia é um custo que a energia solar também não pode abater diretamente.
Seu valor pode variar mês a mês e sua base de cálculo muda entre cidades.
4º – Em qual Estado se localiza esta unidade consumidora.
Esta é a parte mais complexa do cálculo da economia pois envolve tributos e diferenciações entre Estados.
A isenção de PIS/COFINS é igual para todos as regiões do país e ela é integral. Ou seja, após instalar um sistema fotovoltaico todos os valores na fatura referentes a PIS, COFINS e ICMS sobre o consumo serão abatidos.
É importante lembrar que ainda será devido o PIS/COFINS/ICMS para o custo de disponibilidade.
O que é mais complicado é o ICMS, até pelo fato de entre os impostos ser o que possui a alíquota mais alta (25%).
Apenas alguns estados concederam isenção total (TUSD+TE) do ICMS, enquanto que outros concederam apenas a isenção parcial (TE).
Sendo assim, o cálculo para as unidades consumidoras que se localizam nos estados com isenção parcial é mais complicado.
Residual PIS/COFINS: Este valor refere-se ao PIS e COFINS incidente sobre o custo de disponibilidade. Seu valor é baixo (entre R$1,00 e R$2,00) e não impactará muito em suas contas.
Residual de ICMS: Nos casos em que a isenção é total, será devido apenas o ICMS sobre a disponibilidade. Este valor não deve ultrapassar os R$25,00 nos casos de consumidores trifásicos.
Agora, no caso da isenção parcial o cálculo fica um pouco mais complicado.
É necessário entender quanto da produção do sistema de energia fotovoltaica será de consumo instantâneo (nem irá passar pelo medidor da concessionaria) e quanto irá virar créditos energéticos. O consumo instantâneo livra o consumidor de todos os impostos, uma vez que a concessionaria de energia não chega a identificar este consumo.
Dado isso, a cobrança do ICMS parcial será em cima apenas dos créditos energéticos consumidos, e não sobre toda a demanda por energia da instalação.
Como neste caso o cálculo envolve uma série de variáveis, nós disponibilizamos uma planilha aos alunos que fornece a economia gerada após a instalação do sistema.
Calculo da Economia na Fatura de Energia
Sendo assim, o cálculo da economia média na fatura de energia se resume no seguinte:
Economia = Consumo Médio (R$) – Disponibilidade – Iluminação Pública – Residual PIS/COFINS – Residual ICMS.
O valor informado no campo “Valor a Pagar” é valido apenas para os casos em que todo o consumo do cliente seja através de créditos energéticos. Isto é, não tenha consumo instantâneo.
Por isso é importante saber o valor que este cliente consome em média. Tendo essa informação, basta subtrair o valor residual da fatura de energia (no exemplo acima é de R$134,90) para chegar no valor da economia.
É sempre importante orientar o cliente de que essas previsões são feitas com base nas informações disponíveis no momento da confecção do projeto.
Alterações no consumo, valor da tarifa de energia, alíquota de impostos e custo de iluminação pública podem impactar nas projeções.
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