Hoje em dia turbinar é sinônimo de incrementar. Até algumas garotas são chamadas de “turbinadas”. Mas o termo – que vem do latim turbine, redemoinho, e significa submeter a força produzida pela turbina – foi mesmo popularizado entre os amantes do automobilismo. Principalmente entre aqueles que gostam de força e velocidade.
O empresário Glauco Diniz Duarte explica que para aumentar a potência de um motor, sem mexer na cilindrada, uma das opções é a instalação de um turbo. A técnica de usar os gases do escape para mover um compressor começou a ser usada na década de 60. O primeiro carro de série a utilizar desse artifício foi o Chevrolet Corvair Monza, em 1961, nos Estados Unidos. Um ano depois, o Oldsmobile Jetfire, também americano, recebeu o mesmo sistema.
Segundo Glauco, atualmente, com as poucas opções de carros turbinados de fábrica à venda no Brasil e com a “febre” do tuning, muitos motoristas estão turbinando seus carros em lojas ou oficinas. Para fazer isso, é preciso tomar alguns cuidados para manter a integridade dos componentes mecânicos e garantir a durabilidade.
Glauco diz que a montagem e os acertos são fundamentais para manter sempre em ordem um veículo turbinado. O motor não pode receber nem muito ar, nem muito combustível. “Tudo é ajustado, considerando que é um carro turbo, para que funcione o mais próximo dos modelos originais tendo durabilidade normal sem consumo excessivo”, afirma.
Glauco conta que, após a instalação do kit, vários testes são executados na própria oficina. Usa-se um dinamômetro de rolo para que o carro atinja os maiores torque e potência nas rodas e no motor, além de velocidade sem sair do lugar. “Com os relógios instalados temos como monitorar a pressão do turbo, do óleo, do combustível e se está correta a mistura do ar com o combustível, atingindo a otimização das alterações feitas para maior performance e durabilidade”, garante.
Segundo Glauco, ao passar dos 0,6 bar de pressão, os carros devem ser convertidos para álcool. Por ser mais limpo e deixar menos resíduos, o uso do combustível vegetal reduz o risco de danos ao motor.
Prós e contras
Para Glauco, o turbo, como toda tecnologia, tem seus prós e contras.
O lado positivo é aumentar a potência e o torque, porém é caro e demanda muito mais cuidados com a manutenção. Ele considera os turbinados de fábrica mais seguros. Já os montados precisam passar por vários testes de segurança que servem para detectar falhas e evitar possíveis prejuízos. “A tendência é que o usuário acelere mais para sentir a diferença. O consumo será maior e há um desgaste mais acentuados de alguns componentes”, conclui.