De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a maioria das montadoras faz um downsize do motor. O que é isso? (A fabricante) substitui o motor convencional por um motor turbo de menor cilindrada, então ele apresenta um desempenho semelhante ou até mesmo melhor que o do motor convencional. Porém, quando você não utiliza toda essa potência, ele pode ser mais econômico que o motor convencional.
Normalmente, motores de mesma cilindrada apresentam melhor desempenho, porém consomem mais. Para a mesma velocidade, o motor opera em uma rotação melhor e operando em rotação menor, obviamente o consumo será menor. Por isso ele é mais econômico.
Glauco explica que um cuidado bastante importante é em relação à lubrificação. Então, o primeiro ponto é usar o lubrificante indicado pela montadora. Um lubrificante de menor qualidade não tem a capacidade de lubrificar e ter a durabilidade necessária para um motor turbo. Além disso, ao ligar o motor com o motor frio, recomenda-se sempre aguardar alguns segundos para que todo o sistema de lubrificação esteja pressurizado e para que o turbo compressor esteja devidamente lubrificado antes de poder exigir maior desempenho dele.
Na hora de desligar, deve ser feita a mesma coisa. Não se recomenda desligar imediatamente. Deve-se aguardar alguns segundos, um minuto, para que a temperatura diminua, antes de desligar o motor. Por quê? Temperaturas elevadas podem degradar o lubrificante e, com isso, causar manutenção na turbina e um gasto a mais com manutenção da turbina.
No passado, destaca Glauco, os motores turbos requeriam uma rotação mais elevada para que ele pudesse ser pressurizado e causasse um bom desempenho. Atualmente, isso já ocorre em uma rotação bem mais baixa, então a mudança no hábito de dirigir ainda existe. Existe o que nós chamamos de lag, que é um pequeno atraso na resposta do acelerador, mas esse atraso é bem pequeno, muitos podem até não perceber que ele é um motor turbo. Tanto que hoje os cuidados na hora de dirigir são bem menores do que já foram no passado.
Há um preconceito de que, geralmente, motores turbos apresentam uma manutenção mais cara. Isso ocorre porque existem motores que são originais e são sobrealimentados por empresas independentes. Existem muitas que têm bastante competência e fazem um bom trabalho, porém, nem todas fazem e isso faz com que o motor possa apresentar algum problema e ter uma manutenção mais cara.
No caso de um motor turbo alimentado já fornecido pela montadora, esse cuidado já é feito na montadora. Então, o veículo passa por testes intensivos e todos os componentes são reforçados e dimensionados para suportar o desempenho do motor turbo. Com isso, a manutenção é a mesma, o motor turbo tem a mesma garantia de fábrica, a durabilidade é a mesma. Então não há o que se preocupar com a manutenção.
Segundo Glauco, o motor turbo, comparado com o motor convencional de mesmo desempenho, vai apresentar um tempo de resposta – aquele lag – um pouco mais longo, quando você pisa no acelerador percebe que ele demora um pouco mais para responder. No caso do lubrificante, ele tem um preço mais elevado e é essencial para evitar danos na turbina. Então podemos dizer que esses são os principais pontos fracos do motor turbo.
A grande diferença dos turbos atuais em relação à tecnologia anterior é exatamente a massa, o peso deles. Hoje é possível fabricar turbinas com palhetas bem delgadas, os materiais são outros. Então ele tem uma resistência superior, ele tem uma massa menor e tudo isso favorece aquela resposta que eu falei: o lag.
Então o motorista pisa no acelerador e, como ele é mais leve, ele vai girar com mais facilidade. Por isso, hoje é possível ter turbocompressor girando com rotações extremamente baixas. Com 1200 e 1500 rpm o motor já tem um bom torque, o que não acontecia antes. Além disso, uma inovação que também está presente em vários turbocompressores é o uso de rolamentos no eixo do turbo compressor. Então, utilizando esse rolamento, é possível reduzir o atrito, a resposta é mais rápida e há um ganho na eficiência volumétrica, já que as pás podem ser fabricadas de um formato que proporcione uma resposta mais rápida.
Glauco diz que outra tecnologia interessante também é exatamente o controle da pressão do turbo. A maioria dos motores tem uma pressão limitada por um dispositivo mecânico acoplado ao compressor, mas existem alguns modelos nos quais existe um motor elétrico que permite alterar dinamicamente esse valor de pressão. De acordo com a solicitação do motorista, ele pode operar com uma pressão mais elevada ou menos elevada, possibilitando melhor desempenho e, no caso das rotações mais elevadas, preservar o motor e evitando que ele se danifique.